quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Clara, exemplo de fidelidade ao chamado do Pai

Ao mesmo tempo em que a Igreja celebra o mês vocacional, tem a graça de recordar no dia 11 de agosto a Festa Litúrgica de Santa Clara de Assis, grande precursora do ramo feminino na Família Franciscana. E fazer memória desta grande santa - a primeira mulher a escrever uma Regra de Vida e tê-la aprovada pela Santa Igreja - nos leva também a uma reflexão pessoal sobre nosso próprio chamado a uma vida cristã autêntica, pautada nos princípios evangélicos e fundamentada numa experiência de vida em fraternidade.
            Clara, por meio de sua vida e escritos, nos convoca a uma vivência de permanente espírito de oração e serviço ao próximo. Antes mesmo de receber do Senhor Bispo a palma no Domingo de Ramos - dia no qual deixou a casa paterna para sua consagração religiosa ao Senhor, realizada na Porciúncula -, Clara já dava sinais de sua vocação por meio da caridade com os mais necessitados de Assis.
            Em sua vida religiosa não foi diferente, Clara viveu intensamente a oração, contemplação, penitência e amor ao Pai. Como franciscanos somos convidados a nos inspirarmos nos belos exemplos e conselhos deixados em seus escritos, dentre eles o célebre trecho escrito à Santa Inês de Praga quando essa sofrera pressões externas para alteração no curso vocacional do mosteiro que santamente dirigia: “Desprezando o fausto de um reino da terra, dando pouco valor à proposta de um casamento imperial, você se fez seguidora da santíssima pobreza em espírito de grande humildade e do mais ardente amor, juntando-se aos passos daquele com quem mereceu unir-se em matrimônio. Mas eu sei que você é rica de virtudes e vou ser breve para não a sobrecarregar de palavras supérfluas, mesmo que não lhe pareça demasiado nada que lhe possa dar alguma consolação. Mas, como uma só coisa é necessária, é só isso que eu confirmo, exortando-a por amor daquele a quem você se entregou como oferenda santa e agradável. Lembre-se da sua decisão como uma segunda Raquel: não perca de vista seu ponto de partida, conserve o que você tem, faça o que está fazendo e não o deixe, mas, em rápida corrida, com passo ligeiro e pé seguro, de modo que seus passos nem recolham a poeira, confiante e alegre, avance com cuidado pelo caminho da bem-aventurança.(2ª Carta à Inês de Praga)
Dessa passagem é possível vislumbrar a firmeza de Santa Clara no propósito que lhe foi confiado por Deus. O amor que sentia pelo Cristo Pobre e Crucificado a iluminava em sua caminhada, transmitindo essa luz também aos demais irmãos, como fez com Santa Inês de Praga e com o próprio Francisco.   
            Nesse sentido, assim como nossa Mãe Clara tinha firme em seu propósito de vida a memória de seu ponto de partida, também nós devemos sempre resgatar essa nossa experiência primeira do sentir-se chamado por Deus, não deixando esmorecer a chama de nossa vocação que nos motiva a fazer de Cristo o Espelho de nossas vidas.
Paz e bem!

Ariana Baccin dos Santos – Secretária Regional de Formação Sul 3

Raphael Rodrigues Taboada – Animador Fraterno Nacional

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